Fala Freaks! Finalmente a série de O Legado de Júpiter chegou à Netflix na última sexta-feira. E nós aqui da Freaks! Corremos para assistir e fazer uma crítica quentíssima para vocês, mas antes de seguir: SPOILERS A FRENTE!
História se passa em dois tempos: os dias atuais e nos anos 30
O Legado de Júpiter é uma daquelas séries que vive aos extremos: ou se ama ou se odeia. Baseada nas HQs homônimas de Mark Millar, a série faz algo que os quadrinhos não fazem, ela desenvolve os personagens e isso pode chatear os fãs mais puristas que esperavam as mortes intensas e o desenvolvimento dinâmico dos quadrinhos. No começo da série somos apresentados a família Sampson e o grupo de super-heróis conhecidos como a União, regidos pelo patriarca da família Sheldon, vivido pelo ator Josh Duhamel, tendo tanto família como o grupo de super-heróis vivendo em um impasse: uma visão ultrapassada de Sheldon, ou melhor, Utópico que vive uma visão regrada fundamentada em um código moral que criará quando ele e seus companheiros conseguiram seus poderes em uma viagem a uma ilha misteriosa. Com o tempo ele e a União se tornaram os maiores heróis do mundo, porém ao custo de uma relação conturbada com seus filhos Chloe (Elena Kampouris) e Brandon (Andrew Horton), ela para suprir a falta do pai e da mãe (vivida pela atriz Leslie Bibb) se entrega a uma vida de drogas e sucesso graças a ser conhecida como a filha dos maiores super-heróis da terra. Já Brandon vive a sombra do pai tentando em vão ser como ele para se reconectar com o herói e obter o amor dele de volta.
As cenas nos anos 30 são um espetáculo a parte
A trama então se desenrola nisso, acompanhando duas linhas do tempo: o passado nos anos 30 com Sheldon e os demais fundadores da União indo de encontro ao local que dá seus poderes e o futuro com os fundadores já velhos e tendo que lidar com uma geração de super-heróis que não quer seguir o código considerado ultrapassado para eles. É interessante aqui notar como a série faz para mostrar cada linha do tempo que não é regular: no passado a imagem se torna em tela cheia e já nos tempos atuais volta para o tamanho padrão de 16:9.
Com o passar dos episódios vamos conhecendo os membros da família e da União, Walter (Ben Daniels) irmão de Sheldon que tenta fazer a ponte entre os filhos e o pai. Grace (Leslie Bibb), mulher de Sheldon que também vive dividida entre unir a família e a vida super-heróica ao lado do marido. Além da família somos apresentados a esse universo com uma ideia muito comum nos quadrinhos atuais: seres superpoderosos vivendo em nosso mundo e suas consequências. Temos vilões nos tempos atuais, heróis vivendo pela fama e pelo dinheiro, algo bem parecido com o que vemos na série The Boys, porém as similaridades terminam aqui.
Nos tempos atuais a série discute assuntos como política e sociedade
De começo não temos um grande vilão na série que vai se desenvolvendo a partir da relação do mundo com os personagens, aqui os atores dão um show principalmente os vividos pelo núcleo principal: Chloe, Brandon e Sheldon, Josh Duhamel apesar de ser eternizado como o tenente Lennox da franquia Transformers consegue passar todo o peso de ser um super-herói que passou anos lutando contra o mal e agora vê tudo que acredita começar a se desmoronar com a mudança do mundo, a atuação dele brilha mais ainda nas cenas dos anos 30 onde ele tem que lidar com diversos problemas após a morte de seu pai por conta da famosa quebra da bolsa americana em 1929.
Já Chloe e Brandon mostra como as velhas convicções não servem para um mundo como a atualidade, onde os vilões já não tem mais o respeito pelo velho código e saem matando, Brandon então é o ponto chave dessa discussão na série quando decide para salvar sua família e amigos de um supervilão o matar.
A trama vai correndo e crescendo nisso enquanto mistérios são apresentados a todo momento como o vilão ser uma cópia do verdadeiro super vilão e quem teria feito aquilo, sem contar nas subtramas apresentadas na série como todo o enredo de Chloe e Hutch (Ian Quinlan) o filho do melhor amigo de Utópico que se converte em um dos maiores supervilões e que está desaparecido.
A série em meio a tantos filmes e séries de super-heróis faz algo para aparecer nesse cenário que é nos apresentar diferentes mistérios. O trajeto percorrido pelos integrantes da União para ganharem seus poderes e a procura por George que está desaparecido nos dias atuais são bons exemplos no decorrer da série. Nesse meio tempo vemos o lado humano dos heróis, suas falhas, suas fraquezas, principalmente que O Legado de Júpiter traz referências concretas a grandes heróis de quadrinhos e todo esse universo.
Ao final dos oito episódios a série traz o que promete inicialmente: apresentar aquele universo. A fotografia e o CGI da série não são lá essas coisas, mas para uma primeira temporada mostra que pode melhorar. Isso não vale para a fotografia nos anos 30, que fica maravilhoso igual ao figurino. No final a primeira temporada de O Legado de Júpiter é uma promessa, uma promessa para ser a aposta da Netflix na Era dos Super-heróis.
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