Foi difícil pensar em um texto para essa semana. Já troquei mil vezes e resolvi então explorar vários pilotos de séries da HBO Max. Nada me agradava até que parei em I May Destroy You. E permaneci. Eu maratonei metade da temporada e trago uma review parcial para vocês.
São 12 episódios curtinhos, com meia hora de duração cada. E eu já sabia por indicações e reviews do que se tratava. Mas o interessante da escrita é você poder dar outras perspectivas sobre um mesmo fato; e claro, cada pessoa aborda cenas ou situações de uma forma específica e isso que enriquece cada texto, pois cada pessoa vai retratar baseado em sua experiência, o que mais agradou ou não, sob sua escolha. Por isso acho magnífico o poder da fala e da escrita, assim como a liberdade que temos para nos expressar.
O episódio piloto contextualiza a vida da protagonista Arabella e você entende que ela está em um processo de inspiração para seu novo livro. À medida que seguem os episódios, vamos conhecendo mais sobre ela, seus amigos e sua relação com as drogas.
Com conteúdos de nudez, conteúdo sexual e violência, é uma série forte e bem marcante por todos os aspectos que ela aborda, a citar o estupro e como sobreviver após esse trauma, além de abuso de drogas e racismo.
Arabella não se recorda do que ocorreu na noite fatídica, mas aos poucos vai se lembrando. Ela tenta unir as peças para reconstruir o ocorrido. Conforme se recorda, sofre inicialmente um processo de negação. E seguimos juntos nesse momento. Também temos um flashback de sua ida à Itália com sua melhor amiga Terry. E mais drogas. Mais situações importantes dos personagens secundários (seus amigos).
Eu já conhecia Michaela Coel de Chewing Gum, mas o que me chama atenção nessa nova obra é que ela além de escrever (como fez com Chewing) e produzir, ela atua como protagonista e pode dar voz às pessoas que sofrem abuso sexual – e digo pessoas, pois outra pessoa irá vivenciar um trauma também na trama. Enfim, uma artista completa.
Uma série britânica de comédia dramática que retrata de maneira corajosa e com humor ácido a superação de um trauma. E vocês, pessoal? Já conheciam algum trabalho da Michaela? Essa série está na lista de vocês? Conta pra gente nos comentários!
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