Em uma temporada lenta e de qualidade um pouco inferior as demais, O Mundo Sombrio de Sabrina encerra sua jornada de forma mais ou menos satisfatória. O maior problema desta temporada é definitivamente o ritmo, que começa desastroso nos dois primeiros episódios e depois vai melhorando aos poucos, mas mesmo assim, são oito episódios de 1 hora cada custosos de maratonar.
Uma das coisas que mais me irritou foram as cenas dos casais, que acabaram sendo todas forçadas. Parece uma grande corrida para que todos tenham tempo de tela, briguem, se acertem e tenham um final feliz, só que tudo isso é feito de forma jogada e sem se importar com o desenvolvimento das duplas e também do individual de cada personagem.
A grande questão que tenho com essa temporada é que ela não aproveita o que o Mundo Sombrio de Sabrina tem de melhor. Nós mal vemos a Prudence e o Ambrose por exemplo (aqui ressalto minha solidariedade a Tati Gabrielle, que é maravilhosa e participou do final de duas séries desastrosas este ano, essa e The 100). Além deles, mal temos o desenvolvimento do Theo e do Harvey também.
Gosto muito do culto da Hécate e suas implicações, que acredito que não foram muito exploradas durante a temporada, mas mesmo com o pouco tempo de tela, as cenas mostram a importância do feminino e do coletivo, coisas que sempre foram levantadas em outras temporadas e são pautas bem relevantes. A cena o parto de Lilith com todas as mulheres dividindo as dores é muito sensível, significativa e bem feita.
Outro núcleo que se fortaleceu com a representatividade feminina foi a trajetória da Roz, que se descobriu bruxa e de repente estava mais inclusa na história, eu amaria ver um spin off dela e da Prudence, e gosto demais do fato de ela ter se tornado uma das Irmãs Estranhas, existe essa sororidade tão linda ali. Isso conta muito para mim e tenho certeza que muitas meninas podem acabar repensando conceitos por causa de plots como este.
Ainda no quesito das histórias, essa temporada passa muito tempo se focando em questões como a necessidade que a nossa protagonista tem de arranjar um namorado, e isso em alguns aspectos foi ficando infantil, por um grande tempo a Sabrina acabou se demonstrado imatura, carente e egoísta. Digo isso da Sabrina que decidiu ficar no mundo dos humanos, porque a Morningstar é perfeita! Aliás ela é um dos pontos fortes da temporada, já que vemos na personagem muita atitude, poder e carisma.
Algo que curti foi o casamento da Hilda e do Doutor Cee, no caso a segunda união dos dois, que aconteceu dentro da casa dos Spellman's e com todos fantasiados. Foi bem emocionante e me deu um quentinho no meu coração, por meio dela, vemos uma grande homenagem a origem da personagem, com a Sabrina e sua característica roupa/cabelo das HQs.
Falando em boas homenagens, também temos o Salem que ganha destaque na série e aparece um pouco mais, mesmo que não tanto com a Sabrina. Cada cena do bichano é um respiro de toda a trama arrastada e um belo biscoito aos fãs da série de TV antiga, inclusive, o episódio 7 é todo sobre isso.
Algo que preciso destacar: os números musicais, que delícia! Temos Queen, Roxette, Gun's e é claro, qualquer série que toca Dreams do Fleetwood Mac tem o meu coração.
Quanto ao último episódio da série, no começo dele eu já estava pensando: "gente mas não está acontecendo coisa demais?". Ele é carregado e tenta resolver diversos problemas ao mesmo tempo, o que é uma grande falha porque fica cansativo e não parece mesmo um final e sim uma temporada inteira extremamente corrida.
Mesmo assim, ver as lembranças e a morte das Sabrinas foi doído e me deixou bem emocionada. São cenas como essas, que ao me ver, salvam a reta final da trajetória dos Spellman's e me farão lembrar com carinho desta série.
Sobre a última cena, não curti.
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