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Foto do escritorAna Luiza Moreira

Raya e o Último Dragão acerta no visual mas peca no tom do filme (SEM spoilers)

E então eu assisti Raya e o Último Dragão, filme que estreou durante a semana no Disney+ e conta a história de Kumandra, "um mundo em que humanos e dragões viviam juntos em harmonia. Mas quando uma força maligna ameaçou a terra, os dragões se sacrificaram para salvar a humanidade. Agora, 500 anos depois, o mesmo mal voltou e cabe a uma guerreira solitária, Raya, rastrear o lendário último dragão para restaurar a terra despedaçada e seu povo dividido".


Então, é difícil dizer o que achei deste filme porque em alguns momentos eu gostei muito e em outros me perguntei o que a Disney estava querendo fazer. Acho que é uma obra que não agradará tanto as crianças por ter umas cenas bem sombrias e não vai cair nas graças de pessoas mais velhas por ter alguns momentos bem infantis.


É estranho porque tem horas que eu penso que sou o público-alvo da animação e em outras eu entendo que na real eu não era. Vou dizer logo as principais coisas que não gostei: o visual dos dragões (que se parecem muito com personagens do My Little Poney), o bebê ladrão/ seus comparsas (personagens rasos, não acrescentando em nada para a história) e a duração do filme, que por ter uma dinâmica repetitiva, acaba tendo uns 120 minutos que se arrastam entre alguns momentos de respiro.


Mas não só de coisas ruins é feito Raya e o Último Dragão, inclusive, temos que enaltecer este filme que tem duas protagonistas femininas e não brancas: Raya e Sisu, mulheres de personalidades completamente diferentes e que não se encaixam em arquétipos comuns do cinema. É possível notar uma preocupação dos desenvolvedores em dar para essas duas personagens camadas, traumas, sonhos e muito carisma, e isso é especial.


Raya e Sisu
O companheirismo das duas é lindo de ver, ambas respeitam os pensamentos diferentes que têm

Falei das duas donas do rolê, mas ainda falta uma mulher maravilhosa e que precisa ser citada, a Namaari, antagonista que no começo só quer orgulhar a mãe e acaba destruindo a

Pedra do Dragão no processo, soltando o mal novamente. Namaari é aquela personalidade que por mais marrenta que seja, a gente torce e consegue ver bondade. E é a possibilidade de uma aliança que estreita a relação entre Sisu, Raya e Namaari, fazendo elas aprenderem a confiar umas nas outras, e assim, ter força e apoio para salvar o mundo.


Gosto especialmente da relação entre Namaari e Raya, principalmente por elas já terem uma história. Na infância, elas iniciaram uma amizade que acabou com a confiança traída, mas mesmo assim, ambas parecem almejar uma reaproximação, no entanto, tem medo de dar o primeiro passo. Só que Sisu não tem medo de dar passos e faz com que no fim, as meninas se acertem.


Sem rivalidade feminina?! É isso mesmo!


Quanto a mensagem principal da animação, ela é bonita e nos ensina que a coexistência é essencial, assim como a confiança nas pessoas e a gentileza, sendo esses os fatores necessários para mudar o mundo


Destaco ainda a fotografia do filme, que ao meu ver é o maior ponto forte dele, as paisagens são lindíssimas e a caracterização dos personagens, em especial de Raya e Namaari, é espetacular. Por último mas não menos importante, queria falar das coreografias de luta, que são muito boas e me empolgaram.


Sendo sincera Freaks, esse dificilmente vai ser seu filme preferido da vida e está longe de ser o melhor da Disney ou que já vi esse ano, mas vale a experiência só para apreciar personagens femininas e não brancas sendo protagonistas, o que para mim vale muito.

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